Psicólogos e pacientes podem ser amigos?
Existem casos que a relação Terapêutica ultrapassa o Setting.
No entanto, não devemos confundir Relação amigável com Amizade.
São coisas distintas.
Quais os limites da relação terapêutica?
Questões
delicadas.
Mas que merecem esclarecimentos.
Neste artigo
você vai compreender os principais pontos chaves:
- Psicólogos e Pacientes podem ser amigos?
- O comportamento amigável do Psicólogo.
- O que esperar de um Psicólogo
- O que o Psicólogo espera do paciente?
- O que um Psicólogo pode e não pode.
- O Psicólogo pode desistir do Paciente?
Nós,
Psicólogos,
podemos ser amigos de nossos pacientes?
No sentindo estrito da
palavra, amizade significa:
Amizade é a
relação afetiva
entre os indivíduos. É o relacionamento que as pessoas têm de afeto e carinho
por outra, que possuem um sentimento de lealdade, proteção etc.
Fonte: Significados. com - amizade
Acesso em 15/01/2021
Psicólogos e Pacientes podem ser amigos?
O Psicólogo está mais próximo de ser um "professor" do
que ser um "amigo".
Considerando o pressuposto acima, o
Psicólogo
deve manter com seu paciente um relacionamento AMISTOSO e CORDIAL, pautado pelo
respeito, pela ética, pela coerência e pelos bons princípios, conforme salienta
nosso
código de ética
profissional do
Psicólogo.
“Art. 2º –
Ao psicólogo é vedado:j) Estabelecer com a pessoa atendida, familiar ou terceiro, que tenha vínculo
com o atendido, relação que possa interferir negativamente nos objetivos do
serviço prestado; ” –
Código de Ética Profissional do Psicólogo.
Logo:
Devemos observar que o
Psicólogo
é um profissional, cujo olhar sobre o problema do paciente é mais técnico e isso
exige um foco impessoal, o que não é compatível com uma relação de amizade,
embora a cordialidade, a simpatia e a boa educação devam estar sempre
presentes.
O comportamento amigável do Psicólogo.
O Psicólogo
pode ter um comportamento amigável com seu paciente, desde que isto não
interfira na relação terapêutica.
Por exemplo:
O Psicólogo
certamente não vai acompanhar o paciente em um velório, mas vai acolher a dor do
paciente que perdeu alguém.
Neste momento doloroso, às vezes cabe um
abraço de condolências, sem que isso signifique um estreitamento da relação.
O que um Psicólogo pode fazer.
Psicólogos devem manter uma postura
profissional e imparcial durante as
sessões de Psicoterapia.
Eles devem estar disponíveis para ouvir e apoiar o paciente,
sem julgamentos ou opiniões pessoais que possam interferir no processo
terapêutico.
O compartilhamento de episódios da vida pessoal do
psicólogo pode ocorrer, desde que seja relevante para ajudar o paciente ou
aumentar a credibilidade da abordagem terapêutica.
Ideologias e convicções pessoais podem ser compartilhadas em
circunstâncias pontuais, com sensibilidade e discernimento do psicólogo.
Psicólogos podem emitir opiniões pertinentes ao que o paciente está
trazendo, desde que estejam dentro do contexto terapêutico.
A reflexão e análise sobre a situação do paciente são incentivadas,
buscando relacionar os assuntos abordados à demanda pessoal do paciente.
A ética, educação, cidadania, justiça e valores pessoais podem ser
discutidos, desde que estejam relacionados ao processo terapêutico.
Psicólogos podem compartilhar informações e dicas relacionadas à
formação, Experiência profissional e questões práticas que possam ser úteis ao paciente.
A orientação do psicólogo deve estar centrada no bem-estar e no
desenvolvimento do paciente, visando auxiliá-lo a alcançar seus objetivos
terapêuticos.
O foco principal do psicólogo é oferecer suporte emocional,
promover autoconhecimento, auxiliar na resolução de problemas e fornecer
ferramentas para o crescimento pessoal do paciente.
Eu me
sinto confortável para falar sobre o que penso, de que forma isto causa
impactos emocionais e compartilhar esperanças de que a vacina possa trazer
benefícios, mas SEMPRE aproveito para devolver a pergunta ao paciente e
vincular o assunto à sua demanda pessoal (ou seja, voltar para a queixa),
levando a uma reflexão e análise mais ampla sobre a situação.
O que o Psicólogo não pode fazer.
O
psicoterapeuta
não pode estabelecer relacionamentos pessoais ou íntimos com o paciente além
do ambiente terapêutico.
Ele não pode realizar qualquer tipo
de contato físico inadequado ou não profissional com o paciente.
Ele não pode compartilhar informações pessoais excessivas ou
irrelevantes sobre sua vida pessoal.
O psicólogo não deve invadir a privacidade do paciente fora das sessões
de terapia.
Ele não pode utilizar apelidos carinhosos ou informais ao se referir ao
paciente.
O psicólogo não deve realizar contato físico inapropriado ou que possa
ser interpretado como íntimo.
Ele não pode expressar preferências pessoais ou julgamentos de valor que
possam criar uma sensação de intimidade inadequada.
O psicólogo não deve buscar ou aceitar relacionamentos sociais com
familiares, amigos ou conhecidos do paciente que possam comprometer a
imparcialidade e a confidencialidade.
Ele não deve compartilhar informações pessoais do paciente com
terceiros, a menos que haja risco iminente para a segurança do paciente ou de
outras pessoas.
O psicólogo não deve enviar mensagens de natureza pessoal ou iniciar
conversas fora do contexto terapêutico, a menos que seja estritamente
necessário para o andamento do tratamento.
Ao participar de atividades sociais com o paciente, como sair para
almoçar ou participar de eventos sociais, deve manter uma postura de
cordialidade e distanciamento coerente.
Psicólogo pode chorar na frente de um paciente?
Poder, pode. Mas não deve, pois isto pode comprometer o bom andamento do
processo terapêutico e deixar o paciente desconfortável.
Embora
seja possível para um psicólogo chorar na frente de um paciente, é geralmente
recomendado que evitem fazê-lo, pois pode impactar negativamente o andamento
do processo terapêutico e causar desconforto ao paciente.
Em
vez disso, se um psicólogo se encontrar em um estado emocional muito
fragilizado durante uma sessão, é aconselhável que eles peçam licença ao
paciente e encontrem um momento e local adequados para expressar suas emoções,
de forma discreta e respeitando os limites profissionais.
É
importante lembrar que a terapia é um espaço destinado ao bem-estar e
crescimento do paciente, e o foco principal deve estar em suas necessidades. O
psicólogo é um facilitador do processo, e sua função é oferecer suporte e
orientação, mantendo uma postura profissional e imparcial.
O Psicólogo pode se alimentar na presença do paciente?
Pode, mas não deve.
Aqui, depende muito do tipo de alimento. Se forem pequenas guloseimas
como biscoitinhos que acompanham um café ou um chá, é de bom tom que ofereça
também ao paciente.
O critério aqui é o tipo de alimento e o
desconforto e a sujeira que causam durante o consumo.
Nada
impede, no entanto, que o paciente se alimente durante a sessão de terapia.
Muitos
pacientes meus saem do trabalho e chegam encima da hora pra consulta; as
vezes, estão famintos e trazem um lanche pra consumir durante o atendimento.
Meu critério é deixá-lo a vontade durante 10 minutos para que se alimente
adequadamente.
Psicólogos podem aceitar presentes de Paciente?
Em datas específicas, podem sim. E dependendo do tipo de presente
também.
Geralmente, no Natal, e no
Dia do Psicólogo, as pessoas costumam oferecer "lembrancinhas".
Não há
nenhuma restrição em aceitar estas delicadezas, que na maioria das vezes,
expressam a gratidão por um bom serviço prestado.
Indelicado
seria recusar o presente, que na maioria das vezes, serve apenas para reforçar
o quanto nosso trabalho é importante.
Naturalmente, tudo
depende do contexto, e isto deve ser avaliado separadamente.
Por
exemplo, se o presente for muito pessoal como roupas, sapatos, perfumes, pode
ter um signficado diferente de uma agenda, um panetone, ou um livro.
Na
dúvida, pergunte ao Psicólogo, o que ele pensa sobre isso.
Muitos Psicólogos aceitam presentes, e conseguem manter sua
linha de trabalho normalmente, sem transpor a barreira profissional.
A Psicóloga pode se emocionar com o relato do paciente,
MAS, deixar isso transparecer pode ser inadequado em algumas
circunstâncias.
Ao manter uma distância emocional adequada, o
psicólogo pode ajudar o paciente a se sentir seguro e confiante durante as
sessões de terapia.
Se a psicóloga expressar suas próprias
emoções, poderá impactar negativamente a capacidade do
paciente de se abrir e compartilhar suas emoções e problemas.
No
entanto, isso não significa que o psicólogo deva ser frio ou insensível.
É importante que o psicólogo mostre empatia e compreensão pelo
paciente e suas
emoções, sem permitir que suas próprias emoções interfiram no processo terapêutico.
Por isso, mesmo os psicólogos mais experientes devem fazer Psicoterapia, supervisão e cuidar da saúde mental vida pessoal, para consiga prestar um
trabalho pautado pela excelência.
Psicólogos podem sim,
abraçar alguns pacientes em algumas situações (desde que TODOS sintam-se
confortáveis com isso).
Eu particularmente deixo esta
iniciativa a critério dos pacientes. Mas confesso que são circunstâncias muito
raras e pontuais.
O que o Psicólogo espera do paciente?
O relacionamento entre o psicólogo e o paciente é uma parceria
importante no processo terapêutico. Aqui estão 10 pontos que o psicólogo
geralmente espera do paciente:
Comprometimento:
Espera-se que o paciente esteja comprometido com o processo terapêutico,
comparecendo às sessões regularmente e cumprindo as tarefas acordadas.
Honestidade:
É importante que o paciente seja honesto e aberto durante as sessões,
compartilhando seus pensamentos, emoções e experiências de forma sincera.
Autenticidade:
O psicólogo espera que o paciente seja autêntico, sendo ele mesmo e
expressando-se verdadeiramente, sem máscaras ou falsidades.
Colaboração:
É fundamental que o paciente esteja disposto a colaborar com o psicólogo,
trabalhando em conjunto para alcançar os objetivos terapêuticos
estabelecidos.
Abertura ao
autoconhecimento: Espera-se que o paciente esteja aberto a explorar e
compreender melhor a si mesmo, suas emoções, pensamentos e comportamentos.
Disposição
para mudança: O psicólogo espera que o paciente esteja disposto a considerar
mudanças em sua vida, seja na forma como pensa, se relaciona ou age, a fim de
promover seu bem-estar.
Respeito às
regras terapêuticas: É importante que o paciente respeite as regras e os
limites estabelecidos no contexto terapêutico, como horários,
confidencialidade e respeito mútuo.
Responsabilidade
pessoal: O psicólogo espera que o paciente assuma a responsabilidade por suas
ações, escolhas e resultados, reconhecendo que é o protagonista de sua própria
vida.
Abertura para feedback: É
fundamental que o paciente esteja aberto a receber feedback construtivo do
psicólogo, aceitando-o como uma oportunidade de crescimento e aprendizado.
Persistência
e paciência: O processo terapêutico pode levar tempo e exigir persistência. O
psicólogo espera que o paciente seja paciente consigo mesmo, confiando no
processo e persistindo mesmo diante dos desafios que possam surgir.
É
importante ressaltar que cada Psicóloga pode ter expectativas específicas, e o
relacionamento terapêutico é único para cada paciente. Portanto, esses pontos
podem variar dependendo do contexto e abordagem terapêutica adotada.
Em
resumo, o psicólogo deve ser um facilitador neutro e objetivo, ajudando o
paciente a explorar e compreender suas próprias emoções e pensamentos.
Concluindo:
A
amizade entre psicólogos e pacientes é uma questão complexa e controversa.
Embora a empatia e a compreensão sejam aspectos importantes do
trabalho de um psicólogo, há uma diferença fundamental entre a amizade e a
relação terapêutica.
A relação entre o psicólogo e o paciente é
baseada em uma dinâmica profissional, onde o psicólogo tem a responsabilidade
de ajudar o paciente a lidar com seus problemas emocionais e psicológicos.
A
amizade entre um psicólogo e um paciente pode ser vista como um conflito de
interesses, uma vez que a amizade pode interferir na capacidade do psicólogo
de fornecer um tratamento imparcial e objetivo.
Além disso, a
amizade pode fazer com que o paciente se sinta menos confortável em
compartilhar informações pessoais e vulneráveis com o psicólogo,
prejudicando assim o processo terapêutico.
No entanto, existem
situações em que a linha entre a amizade e a relação terapêutica pode ser um
pouco mais fluida.
Por exemplo, se uma psicóloga tem um paciente
que também é um amigo pessoal, pode ser difícil para o psicólogo separar seus
sentimentos pessoais de seus deveres profissionais.
Nesses casos, é importante que o psicólogo estabeleça limites claros para
garantir que a relação permaneça profissional e que o tratamento do paciente
não seja prejudicado.
Para saber mais:
Psicóloga SP Maristela Vallim Botari - CRP/SP 06-121677.
Atende em uma
Consultório de psicologia
na Av. Paulista em São Paulo, e oferece tratamento para diversos
tipos de questões emocionais, como ansiedade, depressão, problemas de
relacionamento e questões familiares.
Contato:
WhatsApp (11) 95091-1931
Consultório:
Avenida Paulista, 2001 – Cj 1911 – 19 andar.
Bela Vista - 50 m. do Metrô Consolação
São Paulo - SP - Brasil
CEP 01311-000Psicólo
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